sábado, 10 de julho de 2010

Os Primeiros Sinais

1948, a Televisão chega primeiro em Juiz de Fora-MG

Olavo Bastos Freire
 
O escritor Luiz Augusto Milanesi (1978), ao tratar dos efeitos causados pela chegada do sinal de televisão a uma cidade do interior, conta que algumas pessoas continuaram a colocar suas cadeiras e bancos na calçada, como faziam para se informar e se entreter antes do acesso à programação de TV. Só que, desta vez, com as costas para a rua e os olhos voltados para o aparelho que estava no interior da casa.
Acreditamos que o ato de dar as costas para o mundo que passa pela rua, dirigindo olhares e atenção para a telinha, torna-se uma metáfora para a chegada da televisão à maior parte das cidades brasileiras, como Juiz de Fora/MG.
Pela proximidade com o Rio de Janeiro, os moradores de Juiz de Fora, desde o alvorecer do século XX, foram chamados, pelos mineiros do interior do estado, de cariocas do brejo.
O fato de Juiz de Fora não querer ser mineira2 e se identificar mais com o espírito da cidade do Rio de Janeiro, distanciou o município da Minas barroca. Acreditamos que a identidade híbrida do
juizforano, mais que pela proximidade física, foi reforçada pela presença marcante dos canais cariocas na cidade durante as duas primeiras décadas da televisão no país.
Reforçando nossa proposta utilizamos as idéias do pesquisador Douglas Kellner (2001), para quem a cultura da mídia, sobretudo as mensagens televisivas, coloca à disposição do público, imagens e figuras com as quais os indivíduos possam identificar-se. Assim, a televisão exerceria efeitos socializantes e culturais por meio de seus modelos, papéis e “posições de sujeito” que valorizam certas formas de comportamento no lugar de outras. Por isso, é relevante o estudo sobre a cultura da mídia para a compreensão de comportamentos e valores de determinada sociedade.
A cidade mineira, que desde os anos 1930 se encantara com as imagens do município mostradas nos cine jornais locais produzidos por João Gonçalves Carriço, exibidos antecedendo as sessões de cinema na cidade, muito cedo começou a se interessar pela televisão. 

A História

Dois anos antes da inauguração no país (1950), o técnico em eletrônica Olavo Bastos Freire, já fazia exibições públicas de imagens de televisão.
Na historiografia que temos sobre a televisão brasileira, são raras as referências às transmissões feitas, em Juiz de Fora, pelo técnico em eletrônica Olavo Bastos Freire.
Consideramos que a televisão na América Latina teve início a partir dessas transmissões, realizadas na década de 1940.

Mesmo tendo cursado apenas o primeiro ano ginasial, esse juizforano, apaixonado por eletrônica, deu início à experimentação, utilizando esquemas para construção de um conjunto de TV (câmera-transmissor-receptor), publicados nos meses de maio, junho e julho de 1941, pela revista americana QSP, voltada para radioamadores. Segundo Freire (2001), que não era radioamador e teve acesso às revistas na oficina onde trabalhava, a montagem foi possível com a ajuda de um dicionário de inglês, já que não dominava o idioma, e ainda, graças a um kit para construção do equipamento, trazido dos Estados Unidos pelo amigo carioca, Eduardo Ferreira Rocha. O técnico destaca ainda, que o equipamento só previa a transmissão de imagens, pois para o envio do som, os radioamadores utilizariam os próprios radiotransmissores. De acordo com Freire, as primeiras experiências foram realizadas sem som.
Somente a partir de 1948, o técnico fez uma adaptação que permitiu que o som também fosse transmitido.

O equipamento, que em 1948 proporcionou a primeira demonstração pública de TV da América Latina, começou a ser construído dois anos antes.

De junho a dezembro de 1946, tendo comprado o primeiro iconoscópio, Olavo Bastos Freire construiu a câmera;

De janeiro a junho de 1947, o receptor de 3 polegadas;

De julho a dezembro de 1947, o transmissor. Depois do equipamento pronto, o técnico começou suas experiências6 de transmissão de imagens.

Em 1947, a primeira experiência de transmissão feita em circuito aberto, assim que os equipamentos ficaram prontos, foi a partir da oficina onde Freire trabalhava na Rua Marechal Deodoro, 373, em Juiz de Fora, realizada com a ajuda do amigo, Ademar Fernando Ribeiro que morava em frente.
Eu coloquei um receptor lá no fundo do quintal dele e o transmissor ficou ali... A câmera ficou na janela da minha oficina nº 373 e eu focalizando o bonde passando ali, o pessoal passando na Rua Marechal... e ele foi ver a imagem lá no fundo, né? Foi a primeira transmissão que eu fiz de televisão em circuito aberto, circuito aberto é quando a imagem é irradiada por ondas hertzianas, porque tem o circuito fechado que eu vou explicar pra você.:
- Em circuito fechado, a câmera é ligada ao transmissor por um cabo, chamado cabo coaxial, então o sinal vai com aquele cabo... Sem o cabo eu não tenho imagem. [...] Até chamei o Ademar lá, ele viu, ele foi o primeiro a ver a transmissão à distância, uma distância pequena, 10m, 20m, até o fundo do quintal [...] Depois eu comecei a fazer experiências em distâncias cada vez maiores (FREIRE, 2001).
Deixando muitas vezes o transmissor e a câmera ligados em sua oficina na região central de Juiz de Fora, Freire ia com o receptor para lugares distantes, a fim de verificar até onde era possível captar as imagens, que segundo o técnico, só não chegava ao bairro Benfica, separado por morros e a 13 Km do centro da cidade (FREIRE, 2001).


Olavo Bastos Freire, destacado no círculo
O Gênio da Televisão

Em 21 de setembro de 1948, dentre as pessoas que presenciaram as transmissões, estava uma das que tiveram a sua história marcada por estas imagens, o engenheiro Víctor Purri Neto, que veio à cidade a convite dos padres redentoristas, para instalar os amplificadores de som da Igreja Nossa Senhora da Glória,.
Hospedado no extinto Palace Hotel, no centro da cidade, deparou-se com as transmissões feitas por Freire, a partir da câmera colocada no alto do Clube Juiz de Fora transmitindo para um aparelho no centro da cidade, vendo pela primeira vez imagens de televisão.
Segundo o engenheiro, fascinado pela eletrônica:

foi uma realização genial” (PURRI NETO, 2009).
 
- Apesar de não confirmar, acreditamos que o encantamento pela tela mágica motivou Purri Neto a se dedicar aos estudos sobre televisão que, anos depois, vão fazer dele um dos técnicos mais qualificados do país, encarregado de trazer o sinal e instalar sem a ajuda de profissionais americanos, a terceira emissora de televisão do Brasil, a TV Itacolomi de Belo Horizonte, se tornando mais tarde o superintendente da emissora.

Em 28 de setembro de 1948, acontece a primeira experiência pública, registrada pelo jornal vespertino Diário da Tarde, no mesmo dia da transmissão: 
 
“Juiz de Fora, pioneira da televisão no Brasil” com o “magnífico êxito nas experiências realizadas hoje pela manhã” onde estavam presentes “altas autoridades civis e militares”

As transmissões de Olavo Bastos Freire foram realizadas entre o Clube Juiz de Fora, onde fora instalada a estação transmissora e a Casa do Rádio, na Av. Getúlio Vargas, local em que ficou o aparelho receptor” (Diário da Tarde, 28 de setembro de 1948, p.1).

O artigo do historiador José Luiz Stehling, no Diário Mercantil, publicado alguns anos depois, registrou o acontecimento:

Com o salão do Clube cheio de convidados, foi dado início à demonstração.
Foram televisionados os presentes, mas o sr. General Onofre (sic) ainda não se convencerá da realidade. 
Ao ser televisionada a Av. Rio Branco, pelo telefone, fez a seguinte pergunta para os assistentes da Casa do Rádio:
- “O que vocês estão vendo?”
Resposta: - “Um bonde parado no ponto!” –
“Qual o nome que está na taboleta?
Resposta: “Tapera...” Muito bem, disse ele, mas vamos ver o receptor."

Depois de ver no cinescópio as imagens, S. Exa. convenceu-se de que não fora ludibriado (STEHLING, 1961, p.2).
A opção pela Casa do Rádio, que possuía uma excelente estrutura técnica, foi um pedido de Freire ao proprietário, Ademar Rezende de Andrade. Segundo Stehling, “aflito, procurou o Dr. Ademar Rezende de Andrade na Casa do Rádio, pedindo-lhe a sua cooperação, para as demonstrações públicas que ia fazer em breve, antes dos técnicos franceses fazerem a deles no Rio de Janeiro” (STEHLING, 1961, p.2).
A edição de 14 de agosto de 1947 do Diário da Tarde, já fazia referência ao perigo francês, que preocupava o pioneiro Freire, ao tratar da visita de um cientista europeu ao Brasil, denominado pelo jornal como pai da televisão.

Esperando no Rio o “Pai da Televisão”. Rio, 14 (Meridional)

- Está sendo esperado aqui o sábio francês René Barthelemy, conhecido como o "pai da televisão", o qual fará várias conferências nesta capital, sendo a primeira na próxima terça-feira, no auditório da A.B.I., sobre televisão (Diário da Tarde, 14 de agosto de 1947, p.1).

Em 29 de setembro de 1948, dia seguinte à transmissão pioneira de Freire, a cobertura do jornal Diário da Tarde foi ainda maior, contando a história da vida do técnico, então com 32 anos e dando detalhes da experiência, além de anunciar o prosseguimento das transmissões a pedido do jornal e da Câmara Municipal. O legislativo aprovou a oficialização da transmissão e uma subvenção, para que Freire pudesse dar continuidade a suas experiências, construindo um transmissor maior (Diário da Tarde, 29 de setembro de 1948, p.1).

Em seu depoimento, Freire não faz referência ao recebimento de verbas públicas, tendo financiado suas experiências com recursos próprios e com a colaboração de amigos e empresas particulares. Situação que é reforçada no artigo do historiador Stehling, publicado no Diário Mercantil:

Para a consumação de seu ideal fez os maiores sacrifícios financeiros, privando-se até do indispensável para viver e assim, conseguia o dinheiro para importar os materiais de que necessitava. Dotado de grande força de vontade e rara habilidade, fazia e adaptava peças para sua aparelhagem. As mais importantes eram fabricadas na Escola de Engenharia. Juntamente com seu auxiliar, Teófilo Pereira Bastos, e outros amigos, dava início a uma série de experiências secretas (STEHLING, 1961, p.2).

Dentro do caráter incipiente que marca as experiências de Olavo Bastos Freire, acreditamos que tenham existido outras, testemunhadas apenas por ele e pessoas que o ajudavam, consideradas secretas por Stehling (1961, p.2).

Em 21 de maio de 1950, uma das experiencias que ficaram mais conhecidas entre os pesquisadores foi a transmissão de um jogo de futebol, durante a comemoração do primeiro centenário de fundação do município de Juiz de Fora, embora na época da realização tenha sido ignorada pela imprensa local.

[...] televisionou do campo do Tupi F.C., no bairro de Santa Terezinha, no dia 21 de maio deste ano, o jogo com o Bangu A. C., do Rio de Janeiro. Fazia parte da delegação o cronista esportivo de “A Noite” e da rádio Nacional – Sr.Antônio
Cordeiro que, depois do jogo, transmitiu seu resultado pelo telefone – Tupi 3 a 2, e a notícia de que o mesmo fora televisionado.

Nessa noite, o “Repórter Esso” noticiou que em Juiz de Fora, fora televisionado, pela primeira vez no Brasil, um jogo de futebol (STEHLING, 1961, p.2).

Sobre as transmissões, colhemos depoimento com o empresário Affonso Celso Reis Oliveira Castro (2009), na época com 10 anos, que foi levado por familiares para assistir às imagens no aparelho de televisão instalado na Rua Halfeld. A curiosidade gerada pela transmissão não se limitava às pessoas que passavam pelo local, mas fez com que estas se mobilizassem para levar outras, a fim de desvendar o mistério da caixa mágica. De acordo com a pesquisadora Christina Ferraz Musse (2008), neste período, a experiência televisual era envolvida pela aura do mistério, do exotismo e da exceção.
 
Em 28 de setembro de 1950, dez dias após a inauguração da TV no Brasil, Olavo Bastos Freire transmitiu o primeiro programa de TV em Minas Gerais. Segundo Freire, foi o programa da Rádio Industrial, Noticiarista T9, patrocinado pelas Indústrias Químicas Carlos Pereira, realizado nos estúdios da emissora, no 11º andar do Edifício Baependi, no centro da cidade. De acordo com o técnico, ele recebeu do patrocinador Cr$ 6.000,00, suficientes apenas para cobrir o gasto com o equipamento e a equipe, embora houvesse solicitado mais: 

Eu pedi Cr$ 10.000,00, mas ele achou muito” (FREIRE, 2001)
O programa foi apresentado pelo repórter José Carlos de Lery Guimarães e teve a participação da cantora Oswaldina Siqueira.
Sobre a experiência, o Diário Mercantil faria nos anos 1970 uma reportagem especial onde registrou:

[...] imagem e som chegava em condições normais à antiga Casas Pernambucanas, na Rua Halfeld, onde se improvisara um receptor para permitir a uma pequena multidão aglomerada, ver o que se passava no estúdio da emissora” (Diário Mercantil, 28 de setembro de 1973, p. 3).

O programa da emissora de rádio tinha o nome de Noticiarista T-9, numa alusão ao prefixo da emissora, Rádio Industrial ZYT-9.
O centro da cidade, onde se deram as experiências de Olavo Bastos Freire, possuía áreas demarcadas em função de raça, sexo e posição social, não sendo frequentado, portanto, por grande parte da população operária, como já detalhamos.

No fim de 1950, 
com o início das transmissões da TV Tupi, Freire se muda para o Rio de Janeiro, onde foi trabalhar como técnico de aparelhos de TV da marca Admiral, já que era um dos raros profissionais no país com conhecimento da novidade eletrônica.
 
Em 1955, cinco anos depois da mudança do pioneiro Olavo, de acordo com nossas pesquisas, outros se empenham em trazer o sinal de televisão para Juiz de Fora, e mais tarde tornar o município gerador de sua própria programação: os jornalistas Luiz Antônio Horta Colucci, José Carlos de Lery Guimarães, Rubens Furtado, o colunista social Décio Cataldi, o comerciante Celso Borelli Moreira, o
empresário Oldemar Schmitz e os técnicos em eletrônica Maurício Panisset e Sérgio Magela Pereira.
Luiz Antônio Horta Colucci (2009), cuja família comprou o primeiro aparelho de TV da cidade, garante que não era possível trazer inicialmente o sinal da Tupi, pois a antena estava situada no Morro do Pão de Açúcar no Rio de Janeiro, o que inviabilizava que as imagens chegassem até aqui, pois não se podia enxergar o morro.

Em 1955, somente após a inauguração da TV Rio, cuja antena estava situada no Morro do Sumaré, tornou-se possível captar o sinal de televisão para Juiz de Fora, ainda que de maneira artesanal, já que a cidade não possuía equipamento para reforçar o sinal.
A partir daí, um pequeno grupo de entusiastas passou a se reunir, munido de coragem e espírito de aventura, para escalar os morros e subir nos prédios mais altos, a fim de conseguir captar o melhor sinal possível da emissora carioca. De acordo com Colucci (2009), depois das arriscadas experiências iniciais de recepção, um dos diretores da fábrica de aparelhos de TV Emerson, Oldemar Schmitz, que veio naquela data até Juiz de Fora, foi apresentado a Luiz Antônio Horta Colucci, durante as festividades de inauguração do Cine Excelsior, em 1958, que fora equipado com projetores da Emerson. Colucci manifestou para Schmitz seu desejo de trazer o sinal de TV para Juiz de Fora. A partir desta proposta, o representante da fábrica ofereceu um transmissor de baixa potência, em troca da abertura de uma loja que venderia exclusivamente aparelhos da Emerson. Em sociedade, uniram-se Schmitz (representando a Emerson), Colucci, o técnico em eletrônica Sgt. Sérgio Magela Pereira e o comerciante Celso Borelli Moreira, que também já iniciara suas experiências de recepção do sinal em Juiz de Fora, para abrir a TV Service, uma loja inaugurada na Rua Batista de Oliveira, 656, especialmente para venda de aparelhos Emerson (COLUCCI, 2009).
Sobre o início destas transmissões, o colunista social Décio Cataldi publicou:

Nossos aplausos! Domingo, depois das 13 horas, a aparelhagem de TV foi ligada no morro do Cristo Redentor e retransmitiu para a cidade - O Colucci que movimentou isto tudo, pegou os técnicos e um aparelho portátil e levou-os, em carro, circulando pela cidade, procurando captar, em qualquer ponto as imagens.
Vários postos (casa comerciais que preparam os receptores), ligaram para o público na noite de domingo. Como resultado, boa (excelente mesmo) imagem e igual som - Lá em cima, no morro, as instalações foram feitas em definitivo e para as mesmas, já há manutenção e zelador permanente (Diário Mercantil, 29 de abril de 1958, p.4).

Fazendo parte inicialmente da sociedade, Celso Borelli Moreira, não aceitou a exclusividade da marca Emerson, e, portanto, rompeu com o grupo.

Em 14 de maio de 1958, inaugurou na Rua Batista de Oliveira, 561, a sua própria loja, a Rádio Serviço Moderno, vizinha da concorrente TV Service, “especializada na venda de rádios, eletrolas, aparelhos de televisão e de artigos correlatos”
(Diário Mercantil, 15 de maio de 1958, p.3). A loja, inaugurada depois da TV Service, abriu suas portas valendo-se do transmissor instalado pela concorrente, que irradiava na cidade o sinal da TV.

Em conversa informal, o gerente técnico da TV Panorama, afiliada da Rede Globo em Juiz de Fora, Henrique Corbelli (2009), disse que uma das primeiras condições para que se realizem transmissões do sinal de televisão sem fio, é o fato de a antena transmissora ter contato visual com a receptora.
 
Consideramos na nossa investigação, este momento da chegada do sinal de televisão, ou seja, o período em que recebíamos apenas o sinal da TV Rio, como a primeira fase da televisão em um município fora do eixo Rio - São Paulo, mesmo restringindo-se a um grupo muito pequeno de receptores. Eram telespectadores de alto poder aquisitivo e que se encantavam mais com a novidade tecnológica do que com o conteúdo dos programas.
Caracterizamos como a segunda fase, a da chegada da TV Tupi, da qual falaremos a seguir.
Apesar do movimento causado no comércio em virtude da chegada do sinal da TV Rio, Colucci destaca a precariedade das transmissões no final dos anos 1950:

Nós pegávamos, recebíamos o sinal da TV em um canal e retransmitíamos em outro. Devido à fragilidade do equipamento de transmissão a gente usava essa expressão de que uma antena não podia enxergar a outra. Uma antena ficava virada de um lado do Morro lá para o Rio de Janeiro, a outra antena, logo abaixo da Igreja, dirigida para a parte central da cidade. E um equipamento de pouquíssima potência, apenas 300 milivolts a potência irradiada. Com isso, nós alcançávamos apenas o centro de Juiz de Fora, mas conseguíamos prolongar a imagem da TV Rio em Juiz de Fora. E eu, pertencendo na época ao Diário dos Associados, fui chamado pelo Sr. Renato, até para puxar minha orelha: “O Colucci, por que você não retransmite o sinal da Tupi?” (COLUCCI, 2009).

No período que o número de aparelhos começa a aumentar chega também o sinal da TV Tupi, iniciando a segunda fase da TV em Juiz de Fora. O sinal, trazido artesanalmente pelo técnico em eletrônica Sérgio Magela Pereira, sócio da TV Service, logo após a inauguração do sinal da TV Rio, foi financiado através de um consórcio, montado por Pereira com militares e funcionários civis do exército, que adquiriram aparelhos da marca Emerson contando com a chegada do sinal da emissora Associada, para assistirem a Copa.

Em 1958, a Copa do Mundo, na Suécia deu o pontapé inicial nas investidas do comércio para agilizar a instalação do sinal da TV Tupi do Rio de Janeiro, que já anunciava a cobertura dos jogos. A moradora do bairro Fábrica, Maria Tereza Kneip (2007), pertenceu a uma das importantes famílias juizforanas que adquiriram um aparelho de TV através de consórcio para assistir a Copa.
Em seu depoimento, nos revelou que os jogos chegavam a Juiz de Fora, transmitidos pela Tupi carioca, com atraso de três dias.
O sinal de televisão, que chegou improvisadamente nos anos 1950, dez anos mais tarde começa a ser transmitido de forma sistemática, conforme depoimento do jornalista Wilson Cid:

Antes dos anos 60, era reduzido o número de receptores de televisão na cidade porque era uma cidade industrial, uma cidade operária, quando ela se transforma numa cidade prestadora de serviços, ela ganha mais recursos, veio a Universidade, em 61, isso tudo ajudou a cidade a dinamizar-se e também ampliar seu interesse em função do noticiário, em função de conhecer o mundo e o Brasil melhor (CID, 2009).

Em fevereiro de 1960, de acordo com reportagem publicada no Diário Mercantil, o sinal da TV Tupi passou a ser transmitido regularmente com a instalação da torre no Morro do Arado:

Até o próximo dia 15 de fevereiro próximo, o Canal 10 da Televisão Tupi estará espalhando a sua imagem e som para os telespectadores de Juiz de Fora, que aguardam ansiosamente a programação da emissora de TV dos Diários
Associados pelo sistema de Micro-ondas, o que de melhor existe em matéria de transmissão e recepção (Diário Mercantil, 12 de janeiro de 1960, p.6).

Em 1960, o juizforano podia assistir a 3 emissoras de televisão, todas cariocas.
TV Tupi − canal 10 (RJ),
TV Rio − canal 13 (RJ) e à
TV Continental − canal 9 (RJ), esta transmitida irregularmente pelo comerciante Celso Borelli Moreira (LARCHER, 2009).

As experiências da TV Continental
A TV Continental teve uma passagem meteórica na história da televisão brasileira e carioca, conforme esclarece a jornalista Edna Savaget (1976), ex-funcionária da emissora, em seu livro Silêncio no Estúdio − O árduo caminho que conduz à Luz, Câmara, Ação! Savaget afirma que, apesar da curta existência (1959-1972), a emissora do Rio de Janeiro teve em 1960 seu auge, logo em seguida entrando em decadência. A jornalista Edna Savaget descreve assim o sucesso inicial, alcançado pela emissora:

Durante um ano inteiro a Intercontinental foi magnífica: os melhores teleteatros, os maiores cantores brasileiros, os mais bonitos shows, os melhores produtores, os mais expressivos apresentadores. Como foi lamentado o seu declínio. Os salários, começaram a atrasar, a grande maioria recorreu à Justiça do Trabalho, até que a Organização foi forçada a uma manobra decente para não entrar em falência.” (SAVAGET, 1976, p. 89)
E é no período áureo da Continental que a história da emissora se cruza com a da televisão em Juiz de Fora. O colunista social juizforano, Décio Cataldi, que escrevia para o Diário Mercantil, fora convidado a participar de um programa no canal carioca no dia 15 de dezembro de 1959. Sobre a participação Cataldi publicou:

Convido os amigos para um encontro, hoje, às 20 horas, no canal 9 − TV Continental, com este comentarista. Dentro do tempo que disponho naquela emissora, pretendo dizer um pouco da nossa cidade, de nossa gente e mostrar, especialmente ao povo carioca, alguns aspectos, filmados, da vida desta comunidade. 
Como nos jornais cariocas, nos quais trabalho, minha preocupação é mostrar, como é boa, mesmo, a nossa Juiz de Fora. Este programa, amigos, bem como outros que virão, e que estão sendo estudados no Rio, serão feitos para vocês. 
Não falte ao nosso encontro, logo mais! (Diário Mercantil, 15 de dezembro de 1959, p.4, grifo nosso).

De acordo com Cataldi, devido ao sucesso, ficou resolvido que o colunista iria apresentar naquele canal, a partir de janeiro de 1960, um programa nas noites de domingo, tratando da vida econômica e social de Juiz de Fora. O convite para apresentação do programa sobre Juiz de Fora foi feito por Ricardo Linhares, um dos diretores da emissora. Seriam mostradas entrevistas que ele faria com pessoas do município e convidados (Diário Mercantil, 17 de dezembro de 1959, p.4). A partir da proposta, ele passou a divulgar em sua coluna social quais seriam as atrações que pretendia levar ao programa:

Todos os fabulosos cantores da nossa terra: os fabulosos Pequenos Cantores de São Domingos, dois ou três excelentes intérpretes do nosso rádio, (vocês, por exemplo, já ouviram falar do Teixeira Neto no monólogo “Rua do Pobre”? É maravilhoso, o monólogo, é claro!); o coral do Conservatório; Edmundo V. Cortes; as escolas de sambas; as representações universitárias e os homens políticos tudo isso, estará desfilando no meu programa aos domingos, às 20 horas, pela TV Continental, Canal 9. E começarei neste domingo (Diário Mercantil, 8 de janeiro de 1960, p.4).
No dia dez de janeiro de 1960, estréia pela TV Continental o programa “Depois das Montanhas”,apresentado por Cataldi e pelo jornalista José Carlos de Lery Guimarães. Com este especial, a TV Continental tornou-se a primeira emissora a mostrar a cidade10 para os juizforanos e para o Rio de Janeiro.
As imagens feitas por um cinegrafista que veio até Juiz de Fora, especialmente para as filmagens, “impressionaram muito o público carioca” (Diário Mercantil, 18 de dezembro de 1959, p.4).
Mas a cobertura sobre a transmissão, que se esperava fosse publicada amplamente no Diário Mercantil no período que sucedeu a apresentação do programa, não aconteceu. Cataldi fez apenas elogios à participação de Lery Guimarães e falou do convite que este jornalista recebeu para trabalhar no Rio de Janeiro. Agradeceu também àqueles que trabalharam para que o sinal fosse transmitido na cidade, já que dois dias antes do programa Depois das Montanhas, ser exibido, a emissora havia saído do ar por problemas técnicos, retornando apenas 40 minutos depois do horário marcado para a exibição.
Um agradecimento muito especial aos Srs. José Lessa, Hércules de Oliveira e
João Pinto Aguiar que, desde sábado, procuraram dar a melhor assistência a aparelham de retransmissão da TV do Morro do Imperador. Às 20,40 horas, o meu programa, afinal, foi captado em Juiz de Fora, depois de uma interrupção havida no Rio (Diário Mercantil, 12 de janeiro de 1960, p.4).
O sinal, transmitido de maneira improvisada em Juiz de Fora, era ruim e a insatisfação com a emissora era grande. Muitos se dirigiam aos revendedores de aparelhos para reclamarem das transmissões da Continental, possivelmente, frustrados por não poderem ver as imagens anunciadas pela coluna social de Décio Cataldi. (Diário Mercantil, 4 de janeiro de 1960, p.6).
Como já dissemos anteriormente, nos dias subsequentes à exibição do primeiro programa, muito pouco foi publicado pelo Diário Mercantil, não havendo nenhuma alusão ao possível sucesso que a transmissão possa ter obtido e à realização de outros programas seguintes tão alardeados por Cataldi.
Ocorre ainda, que na edição do Mercantil do dia seguinte à transmissão do programa da Continental, o jornal abriu amplo espaço para noticiar a chegada do sinal da TV Tupi a Juiz de Fora. Acreditamos que Cataldi foi silenciado logo que retornou da emissora carioca. O início do sinal da Tupi na cidade, aos cuidados das Associadas, fez com que estas reduzissem o espaço dedicado para as emissoras concorrentes, além de não verem com bons olhos as participações de Cataldi na TV Continental, levando para a emissora carioca as verbas publicitárias que poderiam ser destinadas ao condomínio.

TV Mariano Procópio − os primeiros passos
No dia 21 de abril de 1960, Brasília foi inaugurada e as solenidades transmitidas pela TV Tupi para toda a região Sudeste. A fim de tornar possível esta transmissão, a emissora montou uma estrutura grandiosa, os esforços e recursos empreendidos para tal intento receberam das Associadas o nome de Operação 21 de Abril (Estado de Minas, 3 de abril de 1960). A primeira parte constou da ligação entre o Rio de Janeiro e Belo Horizonte e a segunda, da ligação de Belo Horizonte a Brasília, ambas através de links de micro-ondas.
Dentro da Operação 21 de Abril, que seguia instalando as antenas de retransmissão da Tupi a partir do Rio de Janeiro, os trabalhos em Juiz de Fora foram concluídos em fevereiro de 1960. A partir daí a cidade começou a receber oficialmente o sinal da emissora Associada, deixando para trás as experiências feitas até aquele momento com a transmissão da Tupi.

A cidade, mostrada pelo colunista social Décio Cataldi através da Continental, era a cidade idealizada pelas
elites através das páginas do Diário Mercantil, produzida e direcionada para classe média.
11 A capital mineira, só no dia 2 de abril de 1960 começou a receber o sinal do Rio, inaugurada no domingo 17
de abril de 1960 (Estado de Minas, 14 de abril de 1960, p.10).

As Associadas, em 22 de dezembro de 1956 (em virtude do sucesso alcançado pela Tupi e já com pretensão de formar uma rede no país), já haviam protocolado, junto ao Governo Federal, um pedido de concessão para uma emissora de tevê geradora de sinal em Juiz de Fora, e que seria a primeira do interior do país. O que foi feito graças à projeção como cidade industrial, que Juiz de Fora ainda possuía. Mas o projeto de Chateaubriand só se torna concreto graças à Operação 21 de Abril, que instalou o transmissor no alto do Morro do Arado, tornando Juiz de Fora a partir de fevereiro de 1960, capaz de receber com qualidade, o sinal da Tupi vindo do Rio ou Belo Horizonte, e irradiar sinais de TV, valendo-se da torre retransmissora.
Começava a se criar a estrutura para a TV Mariano Procópio, que recebeu este nome “numa deferência especial à memória do grande brasileiro Mariano Procópio, construtor da primeira rodovia do Brasil” (Estado de Minas, 12 de abril de 1960, p.2).
Em nossa pesquisa, verificamos que foi publicado pelo Diário Mercantil do dia 20 de janeiro de 1960, antes mesmo do sinal da Tupi chegar oficialmente, notícia sobre a instalação em Juiz de Fora da TV Mariano Procópio, através de uma sociedade anônima:

Juiz de Fora, cidade pioneira em diversos setores de atividade, caminha agora a passos largos para ocupar a vanguarda em outro grande empreendimento: a concretização da instalação e funcionamento da TV Mariano Procópio, Juiz de Fora será a primeira cidade interiorana (excetuando-se as capitais) a possuir uma estação de televisão. E todos sabem o que isso significará para o nosso progresso. Para a exploração da estação de televisão, que dentro de pouco tempo estará transmitindo os acontecimentos locais e nacionais de maior relevo e importância, está sendo constituída uma poderosa sociedade anônima, cujo capital atingirá à quantia de quinze milhões de cruzeiros, sendo de se notar que até a instalação definitiva a TV Mariano Procópio contará com uma camioneta com equipamento especial no valor de mais de oito milhões. Do capital da sociedade anônima a organização "associada" do Brasil contribuirá com parcela superior a sete milhões de cruzeiros, que já foram subscritos. O restante do capital será conseguido com a venda de ações no valor nominal de Cr$ 1.000,00 e que brevemente estarão no mercado (Diário Mercantil, 20 de janeiro de 1960, p.8, grifo nosso).
O jornalista das Associadas, Rubens Furtado, em depoimento a nós concedido lembra-se como foi convidado por Renato Dias Filho, então diretor dos Diários Associados em Juiz de Fora, a participar do projeto de televisão na cidade:

Rubens, o Chateaubriand quer que eu faça uma televisão em Juiz de Fora, eu não tenho dinheiro para isso; o Diário Mercantil faturava muito pouco e a Rádio Sociedade também, o Chateaubriand é maluco, ele quer de qualquer maneira uma televisão aqui. E custa segundo o cálculo do Chateaubriand... Eu não me lembro, mais ou menos eu precisava de uns 500 ou 600 mil dólares para montar uma televisão. Então, eu vou fazer o seguinte, vou criar uma empresa e vou vender ações em Juiz de Fora. [...] e aí, bom, ele lançou a TV Mariano Procópio no jornal (FURTADO, 2009).

Segundo o jornalista Wilson Cid (2009) a estratégia não deu certo e pouquíssimos assinaram, Cid, na época, trabalhava na Rádio Industrial que era concorrente das Associadas, vindo se juntar às empresas do conglomerado de Chateaubriand somente em 1963. Mas de acordo com anúncio publicado no Diário Mercantil de oito de maio de 1960 sobre o lançamento da TV Mariano Procópio, consta que até o dia 29 de abril, “5 dias da data do seu lançamento, foram subscritos Cr$ 1.164.000,00 de ações preferenciais” (p.8).
Observamos que dentre as 284 pessoas que adquiriram o primeiro milhão em ações da emissora, estavam jornalistas, empresários, comerciantes e políticos, como o mineiro Tancredo Neves, então secretário de finanças de Minas Gerais e o prefeito da cidade, Olavo Costa. Mas passada a empolgação inicial e como as transmissões não começavam, de acordo com notícias publicadas pelos jornais da época, os subscritores foram deixando de pagar as prestações relativas às ações.

TV MARIANO PROCÓPIO. Prorrogação dos pagamentos em atraso. De acordo com a resolução da assembléia geral dos senhores subscritores, de 21 de agosto de 1961 e o artigo 74, parágrafo 1 do Decreto−Lei 2627 de 26 de setembro de 1940, ficam os senhores subscritores da TV Mariano Procópio convidados a pagarem as prestações em atraso até 10 de outubro próximo, sob pena de perderem a entrada e as prestações pagas, ficando estas constituídas em mora. Os recibos acham-se em poder dos mesmos Bancos em que os senhores subscritores começaram a fazer o pagamento. Aqueles que não receberam o aviso bancário, poderão se dirigir ao telefone 1166, para quaisquer informações. Juiz de Fora, 21 de setembro de 1961. Renato Dias Filho − Eládio Lopes e José Aureliano de Hollanda − fundadores (Diário da Tarde, 2 de outubro de 1961, p.5).

A partir da edição do Diário Mercantil do dia 22 de novembro até 31 de dezembro de 1961, localizamos convocações para os fundadores da emissora, indicando que a situação começava a melhorar. TV Mariano Procópio. Entrega de Cautelas. Convidam-se os senhores subscritores de ações da TV Mariano Procópio, para trocarem seus recibos provisórios pela Cautela de ações preferenciais da Rádio Sociedade de Juiz de Fora S.A., de acordo com a resolução da assembléia geral extraordinária dos subscritores da TV Mariano Procópio, realizada em 21 de agosto de 1961. Os portadores destas Cautelas são considerados fundadores da TV Mariano Procópio. As referidas cautelas já dão direito aos juros de 12% ao ano, correspondentes ao segundo semestre de 1961, se integralizadas neste ano.
(Diário Mercantil, 23 de novembro de 1961, p.1).
Segundo nos revelou o jornalista Rubens Furtado (2009), como a venda de ações não aumentava e alguns compradores estavam em débito, o diretor das Associadas na Cidade, Renato Dias Filho, pede novamente ajuda a Furtado. E a partir de soluções criativas encontradas pelos jornalistas, entra no ar em caráter experimental a programação TV Mariano Procópio, ancorada no sucesso da Tupi e recorrendo ao apoio técnico da TV Itacolomi, de Belo Horizonte.
A TV Mariano Procópio, surgida e extinta na década de 1960 e que neste período realizou inúmeras produções de material audiovisual, desaparece sem usufruir do aperfeiçoamento tecnológico que vai tomando conta da televisão brasileira. Os slides e filmes efetivados pela emissora, exibidos a partir de Juiz de Fora, caracterizavam-se pela forma artesanal, feita na base da criatividade e do empenho de homens fascinados pelas possibilidades que se abriam através do sinal da televisão. O escritor Gabriel Priolli, ao tratar da enorme precariedade que ocorria nos programas ainda nos anos 1950, destaca que os produtores eram forçados a uma improvisação que oscilava entre a genialidade e o ridículo (PRIOLLI, 1985, p.22-23) e que, acreditamos, nos anos 1960 ainda marcava a televisão feita em Juiz de Fora.

Bibliografia

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